quinta-feira, 17 de setembro de 2015


VEREADOR É PEDINTE, OU É LEGISLADOR?

 

Recentemente resolvemos fazer uma pesquisa para verificar o que a população sabe sobre o papel do vereador. As respostas variaram de acordo com o público consultado. Uma senhora idosa disse que vereador deve construir quebra-molas, escolas e posto de saúde nos seus bairros. Na opinião do senhor Antonio Alves de Souza vereador deve ajudar as pessoas arranjar emprego, documentos e ajudar as pessoas pobres. O que mais me chamou atenção foi a opinião do senhor Gildo de Oliveira, segundo ele, vereador e para olhar as coisas erradas na cidade por exemplo avisar onde tem buraco, faltando quebra mola, onde falta luz e ajudar as pessoas nas festas da comunidade. Depois da coleta destas informações problematizei com as seguintes questões: qual é o papel do vereador?  Para que ele é eleito?  Até onde vai limite de seu poder no Município.

Amigo munícipe, você sabe o que o seu vereador já fez? As respostas dadas nos surpreenderam e está bem claro na mente dos munícipes que vereador é para fazer a política do assistencialismo, como doação de cadeiras de rodas, remédios e transporte de doentes.

Estes são questionamentos comuns que muitas pessoas (porém, não ainda a maioria) fazem, principalmente em épocas eleitorais. É preciso discernimento e conhecimento sobre os três poderes para saber que o vereador tem como função principal (chamada como função típica) legislar, isto é, elaborar e votar as leis e outras normas jurídicas que regem o município. Ainda faz parte de suas funções (atípicas) a administração da Câmara Municipal e julgar as contas do prefeito, e o próprio prefeito ou vereador em determinadas situações.

Portanto, as principais tarefas de um Vereador são as de elaborar leis sérias, fiscalizar os atos do Executivo e educar o povo a ser protagonista no governo de uma cidade, ou seja, incentivar a população a participar nas decisões da prefeitura e da Câmara Municipal.

As leis devem ter por base, para sua elaboração, a intenção de melhorar, cada vez mais, o funcionamento da cidade, a partir das necessidades das pessoas, facilitando a convivência em grupo, em sociedade, transformando o espaço da cidade num espaço mais humano.

A fiscalização dos atos do Executivo deve ter, por princípio, o zelo pelos bens e dinheiro públicos, principalmente em se tratando dos impostos arrecadados e sua aplicação para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Aliás, uma das leis mais importantes que o Vereador aprecia e vota é a Lei do Orçamento Anual, juntamente com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Piano plurianual do município.

Dizemos isso para mostrar o quanto se desviou do verdadeiro sentido a função do vereador. Hoje é muito comum o vereador dizer para a população que as obras executadas pela prefeitura – escolas postos de saúde, viadutos, praças, centros comunitários etc. - são benefícios que ele conseguiu para a população, como se ela não tivesse capacidade de se organizar e encaminhar suas reivindicações. Contribuem, assim, para que a população fique acomodada, esperando sempre por alguém que faça algo por ela, tendo a função de um "despachante" da prefeitura. Dessa forma a prática dos vereadores não contribui em nada para que o povo se eduque para assumir a responsabilidade pelas suas próprias necessidades e, ao longo dos anos, faz com que se torne mais dependente de um vereador. Assim, não se leva em conta o interesse em elaborar leis que dizem respeito à maioria da população, e sua tarefa fica resumida, muitas vezes, em dar nomes para as ruas.

É importante que se tenha consciência de que, através de um mandato legislativo na Câmara Municipal, não se vai realizar milagres. É apenas um meio para se construir um projeto alternativo para nosso país, a partir do município.

1. Antes de se candidatar ou lançar um candidato a vereador, é preciso saber o que se quer com um mandato. Há muitas pessoas de boa vontade que se candidatam, ganham as eleições, tomam posse, mas não têm um projeto de atuação parlamentar constituído.

2. Saber trabalhar em equipe. Contar com uma assessoria remunerada e/ou voluntária. Sempre com a clara intenção de se construir um mandato coletivo, onde se possa comungar os sonhos de muita gente com as grandes causas. Essa assessoria deve ser escolhida tendo em vista a capacidade de cada um e o reconhecimento do grupo.

3. Atuar com ética e transparência. A administração pública e os agentes políticos são muitas vezes marcadas pela imoralidade. É de grande importância que o mandato do vereador seja claro em suas ações, respeitando os princípios éticos e morais, jamais se inclinando para vantagens indevidas ou promoção pessoal.

4. Coerência entre o que fala e o que faz. Denunciar, representar, propor ação judicial sempre que houver irregularidades na administração pública. Para isso é preciso ter coragem e se pautar sempre pela verdade, mantendo o mesmo estilo de vida que tinha antes de eleito.

5. Dedicar grande parte de seu tempo, sua assessoria, seu gabinete para a organização e formação política do povo, formando grupos de base, militantes políticos, construindo um novo modelo de sociedade, onde haja soberania e protagonismo de cada pessoa.

COMO A PREFEITURA ARRECADA DINHEIRO?


COMO A PREFEITURA ARRECADA DINHEIRO?

Para poder atender a sociedade em tudo àquilo de que ela necessita, a administração municipal- a Prefeitura - precisa de "verba", que é o dinheiro obtido por meio da cobrança de impostos e taxas.

IMPOSTO é um tributo, é uma "dívida" que o cidadão contrai com o poder público de acordo com as leis em vigor. Ele incide sobre vários fatos geradores circulação de mercadorias, rendimentos, propriedades de veículos, propriedades de imóveis, fabricação de produtos, transmissão de bens, prestação de serviços, consumo de combustíveis, energia elétrica, telefone, etc. Há impostos.Municipais, Estaduais e Federais.

Os municípios dispõem de diversas fontes de receitas, com as quais pagam os seus custos, os salários do prefeito, dos vereadores e dos funcionários, investem em ações sociais (saúde, educação, assistência social etc.) e ainda fazem obras (asfalto, construção de escolas, entre outras).

Em primeiro lugar, vêm as receitas de impostos que, segundo a Constituição, devem ser cobrados pelos municípios. São eles:

       Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU);

       Imposto sobre Transmissão de Bens Intervivos (ITBI), devido quando se vende um imóvel; e

       Imposto sobre Serviços (ISS), com exceção de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

A Constituição garante que 25% do que é arrecadado pelos estados com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e 50% dos recursos provenientes do Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) sejam repassados aos municípios. Os estados também são obrigados a repassar um quarto dos 10% da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que recebe da União, calculados proporcionalmente à contribuição de cada estado com a exportação de bens industrializados.
Entre os impostos de competência da União, parcelas do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), do Imposto de Renda (IR) e do IPI são reservadas aos municípios. Do ITR, o município fica com 50% da arrecadação em seu território e a União com o restante.

A União também tem que repassar 23,5% do total arrecadado com o IR e o IPI para compor o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Para municípios menores, essa é uma das grandes fontes de recursos e tem ainda a vantagem de ser depositado a cada dez dias nas contas municipais, o que permite o planejamento orçamentário e financeiro pelas prefeituras e câmaras de vereadores.

O cálculo da cota que cabe a cada município é complexo e é feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a quem cabe, juntamente com os legislativos municipais, fiscalizar a aplicação e o recebimento desses recursos. O TCU aplica coeficientes variá­veis de acordo com o número de habitantes, calculado a cada ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outro tributo federal dividido com estados e municípios é a Contribuição por Intervenção no Domínio Econômico (Cide), paga atualmente sobre combustíveis. Dos 29% entregues pela União aos estados, 10% seguem para os municípios melhorarem sua malha viária.

Há ainda as transferências voluntárias, por convênios firmados pelo município com o estado e a União, comuns nas áreas de saúde, saneamento e educação. Alguns municípios possuem outra fonte de receitas bastante generosa: as compensações financeiras, destinadas a indenizar a exploração de recursos naturais, como petróleo, gás natural, água (barragens para geração de energia, por exemplo) ou minérios. São os royalties e as chamadas participações especiais.

O patrimônio público do município também pode ser explorado economicamente e gerar receitas. Aplicações financeiras, venda de bens móveis e imóveis, aluguéis, entre outros, compõem essas receitas. E há ainda receitas com as taxas cobradas dos permissionários de transporte coletivo, de mercados e feiras, matadouros, cemitérios etc.

Completam as fontes de receitas dos municípios as multas, taxas e penalidades impostas a obras irregulares, a atualização monetária de impostos pagos em atraso e a cobrança da dívida ativa, entre outras.

Orçamento municipal é o plano de todas as receitas e despesas que a administração do município poderá executar no decorrer de um ano de administração. É imprescindível, pois, que o orçamento municipal seja elaborado de acordo com a realidade do município, para que não haja maiores problemas na execução do plano.

Fonte: IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal

O QUE É E PARA QUE SERVE UM DEPUTADO?

 

Nos Estados, as casas ou assembleias legislati­vas são formadas por deputados estaduais, que trabalham fazendo e aprovan­do as leis que regem os Estados. Sua atuação é semelhante à do Vereador, porém abrange todo o Estado, en­quanto o vereador atua apenas nos limites do município.

Em Brasília, a capital do País, te­mos uma situação diferenciada. Bra­sília não é um município, nem um Estado e, portanto, não pode eleger prefeito, vereadores ou deputados estaduais. Portanto, apenas para Brasília, criou-se o cargo de Deputa­do Distrital. Suas funções são simi­lares as de um Deputado Estadual, e seu local de trabalho é a Câmara Legislativa do Distrito Federal.

O trabalho de um deputado não se restringe a apresentação de projetos e a presença nas sessões da assembleia legislativa. Tanto o deputado estadu­al quanto o distrital têm a função de criar leis e também de fiscalizar os atos do Poder Executivo. Ou seja: estes parlamentares são os responsáveis por fiscalizar o trabalho dos governadores. Também cabe a eles discutir a proposta de orçamento (cálculo dos gastos dos impostos) e decidir onde serão aplica­dos os recursos (se na construção de rodovias de uma cidade X, se na con­servação dos ônibus da cidade Y, se na reforma das escolas da cidade Z ...).

O deputado estadual está sem­pre debatendo assuntos de interesse direto da população. Afinal, cabe ao deputado atender a população no gabinete e também fora da as­sembleia legislativa. Ele precisa dar assistência aos municípios e ain­da conseguir liberação de recursos para que sejam realizadas benfeito­rias nas cidades. Por isso, é tão im­portante a interação do deputado estadual com os prefeitos.

Estes parlamentares têm um mandato de 4 anos. Eles podem se candidatar a quantas reeleições se­guidas quiserem e podem ser eleitos por todo o Estado em que atuam. O número de deputados por Estado depende do número de habitantes. O mínimo é de 24, e o máximo é de 94 parlamentares.

 

*Filósofo e Teólogo - professor de filosofia, sociologia e história.

 

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José Pardinho Souza

 

GOVERNADOR E VICE-GOVERNADOR: ORIGEM E FUNÇÃO

 

 

No Brasil, o cargo de governa­dor foi criado em 1549, quando o País ainda era colônia de Portugal. Atualmente temos 27 governadores cada um representando uma unida­de da nossa federação (26 Estados mais o Distrito Federal). O governa­dor ocupa o mais alto cargo político do Poder Executivo eleito em um Estado ou no Distrito Federal.

O governador é eleito de quatro em quatro anos, podendo se reeleger por outros quatro anos consecutivos ao primeiro mandato. Para se eleger novamente após dois mandatos con­secutivos, é necessário aguardar um mandato (quatro anos) de outro governador para então voltar a disputar o cargo. Para se candidatar a governa­dor, o interessado precisa ter mais de 30 anos, ser brasileiro, alfabetizado, pertencer a um partido político e es­tar em dia com a justiça eleitoral.

A votação pode ser feita em dois turnos (duas etapas) e coincide com a eleição para presidente da República. Se no primeiro turno nenhum dos candidatos obtiver mais da metade dos votos válidos (a chamada maioria absoluta dos votos válidos - que não conta os votos brancos nem os nu­los), será feita uma nova eleição den­tro de 20 dias após a proclamação do resultado da primeira votação. Neste segundo turno, concorrem apenas os dois candidatos mais votados no pri­meiro turno. Será eleito aquele que tiver o maior número de votos.

É papel do Governador nomear os secretários (da Educação, da Saú­de, dos Transportes (... ) que o ajudarão a administrar seu Estado e apresenta propostas nas diversas áreas, as quais serão analisadas e votadas pelos deputados federais. É o governador que representa o Estado perante a União. Além de autorizar ou reprovar proje­tos de lei aprovados pela Assembleia Legislativa (formada pelos deputados estaduais), o governador também toma decisões a respeito da destina­ção de verbas públicas para obras, programas e projetos nas áreas da saúde, educação, economia e tudo o que diz respeito a seu Estado.

O vice-governador é eleito junto com o governador, na mesma cha­pa, Ele passa a executar as funções do governador quando o governador estiver impedido (por motivo de do­ença ou viagem, por exemplo). Em alguns casos (como quando o gover­nador for afastado do cargo ou vier a falecer), o vice assume definitiva­mente o cargo de governador.

 

              *Filósofo e Teólogo - professor de filosofia, sociologia e história.

 

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José Pardinho Souza

 

QUAL A FUNÇÃO DO DEPUTADO FEDERAL?

 

Deputado Federal é o cidadão eleito para representar o povo na Câmara dos Deputados, uma das duas casas do Poder Legislativo fe­deral brasileiro. De acordo com a Constituição, o número de deputa­dos leva em conta a população de cada Estado e do Distrito Federal. Os deputados, assim como os senadores, têm a função de legislar, isto é, de fazer as leis do País. Na Câma­ra, os deputados trabalham em con­junto, fazendo parte de comissões e frentes parlamentares.

Os deputados também são respon­sáveis por várias tarefas, tais como: fiscalizar os atos do Poder Executivo; - zelar pelos direitos constitucionais do povo; processar e julgar o Presidente, o Vice-Presidente da República e os Ministros; analisar e votar projetos de lei.

Os deputados federais exercem um mandato de quatro anos e podem concorrer a várias reeleições seguidas, não precisando pedir licença do mandato para se candidatar novamente.

Hoje os deputados federais são 513 no total e cada um representa o Estado pelo qual foi eleito. Como já dissemos, na Câmara, o número de deputados por Unidade da Federação é determinado pelo número de habi­tantes do Estado que o elegeu.

Por esse sistema proporcional, as va­gas em disputa são distribuídas propor­cionalmente ao número de votos que cada partido conseguiu. Para entender como funciona, temos um exemplo simplificado: suponha uma eleição em que houve 100 mil votos válidos, com três partidos disputando 10 vagas. O partido A recebeu 60 mil votos, o par­tido B recebeu 30 mil, e o partido C, 10 mil votos. Como estão em disputa 10 vagas, o partido A ficará com 6, o partido B, com 3 e o partido C com 1 vaga na Câmara. No entanto, há um limite na representação: o menor nú­mero de deputados federais estabeleci­do por Unidade da Federação é 8, e o maior número é 70 parlamentares.

As eleições federais e estaduais acontecem no mesmo dia, geralmen­te 90 dias antes do fim do mandato do presidente da República. É isto aí: os representantes para o cargo de depurado federal são escolhidos no mesmo dia da votação para governa­dor, senador, presidente da República e deputado estadual! distrital.

Qualquer um pode se tornar de­putado federal, desde que seja brasi­leiro, alfabetizado, pertença a um par­tido político, tenha mais de 21 anos e seja eleito para o cargo.

 

*Filósofo e Teólogo - professor de filosofia, sociologia e história.

 

 

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José Pardinho Souza

 

 

O QUE É NECESSÁRIO PARA SER SENADOR NO BRASIL?

 

O Senado Federal do nosso pais foi instituído pela primeira constitui­ção do Império, em 1824. Sua primei­ra sessão aconteceu em 6 de maio de 1826, quatro anos depois da procla­mação da independência do Brasil. No período do Império se sucederam 20 períodos legislativos. Depois, com a implantação da República, em 1889, e da Assembleia Constituinte, em 1890, o Senado Federal foi instalado com a promulgação da Constituição republicana de 1891. O tempo foi pas­sando e já estamos na 53 legislatura.

Desde a promulgação da Constitui­ção da República Federativa do Brasil, em 1988, os senadores, assim como os deputados, têm a função de fazer as leis do País. Os senadores também são res­ponsáveis por fiscalizar os atos do Po­der Executivo; zelar pelos direitos cons­titucionais do povo; processar e julgar o presidente da República, o vice-pre­sidente e os ministros; analisar e votar projetos de lei, dentre outras atribuições.

O Senado Federal é dirigido por uma 1vlesa Diretora, composta por um presidente, primeiro e segundo vice­ presidentes e quatro secretários (todos senadores). São indicados também qua­tro suplentes de secretários para substi­tuir os titulares em caso de impedimen­to dos titulares. A duração do mandato da Mesa Diretora é de dois anos.

Hoje, o Senado Federal brasileiro possui 81 senadores, eleitos para mandatos de 8 anos. As eleições para sena­dores acontecem de 4 em 4 anos, e o Senado não se renova completamente a cada votação: em uma eleição, re­nova-se um terço dos senadores, e na eleição seguinte, são substituídos dois terços das cadeiras.

Atualmente, as eleições para senador são feitas junto com as eleições para presidente da República, gover­nador de Estado, deputado federal e deputado estadual, dois anos depois das chamadas eleições municipais (eleições para vereadores e prefeitos). Todos os 27 Estados brasileiros possuem a mesma representatividade no Senado, com 3 senadores cada um, in­dependente da população dos Estados.

Para candidatar-se a senador, o cidadão precisa: ter pelo menos 35 anos de idade (na data da posse no cargo), possuir nacionalidade bra­sileira, ter título de eleitor em dia, estar em pleno exercício dos direitos políticos e estar filiado a um partido político, entre outros requisitos.

 

*Filósofo e Teólogo - professor de filosofia, sociologia e história.

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José Pardinho Souza

 

PRESIDENTE E VICE PRESIDENTE DA REPÚBLICA

 

O presidente da República con­centra as funções de chefe de Estado e chefe de Governo, Isso significa que ele é: chefe do Poder Executivo, mantém relações com outros países e representa o País no Exterior, e, ainda, exerce o comando supremo das Forças Armadas.

A eleição presidencial é feita dois turnos, A primeira vota­ acontece 90 dias antes do fim mandato presidencial. Se no primeiro turno nenhum dos candi­datos obtiver mais da metade dos votos válidos, será feita uma nova eleição dentro de 20 dias após a pro­clamação do resultado da primeira votação. Assim como no caso dos Governadores, no segundo turno concorrem apenas os dois candida­tos mais votados no primeiro turno,

O presidente e seu vice são elei­tos para um mandato de 4 anos, podendo ser reeleitos, nas mesmas condições de reeleição que os Go­vernadores. Para ser Presidente, é necessário ser brasileiro nato, maior de 35 anos de idade, estar no exercí­cio dos direitos políticos e ser eleito através de partido político.

Como representante maior da Nação, o presidente tem muitas funções, dentre elas: Nomear e de­mitir ministros de Estado; Aprovar, assinar e fazer publicar as leis; Des­pachar decretos e medidas provisó­rias; Vetar projetos de lei, total ou parcialmente; Estabelecer ou cortar relações com Outros países; Decla­rar guerra, se autorizado pelo Con­gresso; Assinar tratados e conven­ções internacionais, sujeitos a uma aprovação do Congresso Nacional; Promover e nomear comandantes das Forças Armadas para cargos ofi­ciais; Nomear, com aprovação do Senado, ministros do Superior Tri­bunal de Justiça (STJ) , dos Tribu­nais Superiores, o Procurador-Geral da República, o Presidente e dire­tores do Banco Central e 1/3 dos membros do Tribunal de Contas da União; Enviar mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional no começo do ano legislativo.

O vice-presidente é eleito com o presidente, como seu companheiro de chapa. Ele é o substituto do pre­sidente e pode até ser seu sucessor. Quando o presidente estiver impe­dido (por motivo de doença ou via­gem, por exemplo), ele é substituído pelo vice-presidente. Em alguns casos, o vice-presidente ocupa não temporariamente, mas de forma definitiva, o cargo do presidente, como foi o caso em que Tancredo Neves foi eleito à Presidência e fa­leceu na véspera de sua posse, em 21 de abril de 1985. Quem assu­miu o cargo foi seu vice-presidente, José Sarney. Outro caso de suces­são aconteceu há menos tempo, em 1992, quando o então presidente Fernando Collor de Mello sofreu um processo de impedimento pelo Congresso Nacional (foi afastado do cargo), e seu vice, Itamar Fran­co, ocupou a Presidência. O vice presidente tem também outras fun­ções importantes, como integrar o Conselho da República e o Conse­lho de Defesa Nacional.

Tanto no caso de substituição quanto no de sucessão, após o vice ­presidente, serão chamados a ocupar a Presidência da República: os pre­sidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, nessa ordem. Daí a importância de conhecer os ocu­pantes destes cargos: ainda que não sejam eleitos para esta função, eles podem se tornar nosso Presidente.

 

 

*Filósofo e Teólogo - professor de filosofia, sociologia e história.

 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, OU DIA DOS SEM PÁTRIA E SEM NOME?


 
 
 
 
 
 
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, OU DIA DOS SEM PÁTRIA E SEM NOME?
 José Pardinho Souza
 
A história do Brasil registra a existência de grandes quilombos, símbolos da resistência negra contra a escravidão. O maior deles foi o de Palmares, que se estendeu por vasta região do Estado de Alagoas. Palmares durou 95 anos (1600 a 1695). Sua população era de aproximadamente 20 mil habitantes.
Seu mais conhecido líder, Zumbi, nasceu em 1655 em uma das aldeias do quilombo. Quando pequeno foi capturado por soldados do governo de Pernambuco e entregue a um padre. Estudou português e latim. Foi batizado pelo nome de Francisco e tomou-se coroinha. Em 1670 Zumbi fugiu da casa paroquial e se tornou um dos líderes do quilombo, em virtude de sua cultura, coragem, capacidade de organização e comando.
A história de Zumbi nos lembra  muito a história de Moisés - líder do povo oprimido no Egito. Moisés nasceu de família humilde sendo criado na corte. Um dia rompeu com o palácio, identificando-se com seu povo, tornando-se um grande articulador da resistência frente ao Faraó.
Tanto Zumbi quanto Moisés não viram o desfecho do processo de libertação. Acontece que a Igreja oficial não apoiou a luta dos quilombos. A resistência negra teve como força importante a religiosidade africana, tachada até hoje de demoníaca.
Como entender essa contradição? Se os negros encontraram força libertadora em uma tradição religiosa, lutando pela vida, como condená-la? E os cristãos, herdeiros da mensagem libertadora, onde estavam? Exemplo concretos de libertação nem sempre contam com a presença de cristãos, o que representa um grande questionamento.
Para a luta do povo negro Zumbi é um exemplo de coragem e determinação na luta contra as desigualdades humanas.
A história nos leva a refletir sobre as lutas do povo e sua luz revela nossos preconceitos contra lutas do povo (negro) por justiça e liberdade. Busquemos dar continuidade às lutas dos mártires, identificando-nos e engajando-nos nos movimentos negros, índios, mulheres, crianças para enfrentar a realidade do mito da democracia racial no Brasil.
Tráfico - Os negros eram tratados como animais. Durante o dia trabalhavam nos engenhos e nas lavouras e parte da noite, nas senzalas. Os negros foram escravizados porque davam lucro também para os países que os comercializavam.
Muita gente enriqueceu vendendo negros. Até a Igreja lucrou com isto, embora os documentos papais da época só permitissem a comercialização de negros que já eram escravos na África.
Castigo - Os negros não vieram ao Brasil por livre e espontânea vontade. Não vieram à procura de riqueza. Viviam muito bem nas suas terras na África. Foram arrancados de suas terras separados de suas famílias, de suas culturas e de suas religiões. Foram trazidos e jogados em terras estranhas aqui no Brasil. Isto, para o negro, significou deixar de ser gente para ser animal, força bruta de trabalho manobrada pelos senhores de engenho.
Senzala - Mesmo com a destruição de Palmares e com a morte de Zumbi, os negros continuavam a fugir do castigo e do tronco a que eram submetidos na senzala e a se agrupar nas florestas, lutando pela sobrevivência e pela liberdade.
Na sociedade, ainda hoje, existe discriminação nas escolas, no trabalho. Há, por exemplo, quem pense que, num país como o Brasil, o racismo só existe por causa de má fé de algumas pessoas mal intencionadas. Mudar a cabeça dessas pessoas seria, pois, suficiente para acabar com a discriminação. Na realidade, é muito mais do que isto; ele é um vírus que já contaminou toda a sociedade, desde as pessoas até a estrutura.
Movimento de Consciência Negra - Objetivos: - Lutar pela identidade do negro - Resgatar a cultura da história, do verdadeiro valor dos antepassados.
Hoje, nós negros, em geral de todo o Brasil, temos um grito de luta pela liberdade deste povo tão sofrido que são os negros.
Filósofo e Teólogo – Professor de Filosofia, história, sociologia e antropologia cultural
 
 
 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

HISTÓRIA DE ASSIS CHATEAUBRIAND GRILAGEM E GUERRA NO CAMPO

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domingo, 13 de outubro de 2013

CRISE EXISTENCIAL: O EU DIVIDIDO A PROCURA DE SI MESMO


CRISE EXISTENCIAL: O EU DIVIDIDO A PROCURA DE SI MESMO
 José Pardinho Souza
 
A nossa sociedade tem vivido muito fortemente o individualismo e a competitividade, fazendo do outro o inimigo, a ameaça, gerando uma quebra nos relacionamentos. E com isso, as pessoas têm sofrido muito com a solidão e o isolamento e como consequência a humanidade está mergulhada numa crise. O ser humano desesperado está à procura se si mesmo. A origem das crises está na condição apontada por Kierkegaard “Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo. E aventurar-se no sentido mais elevado é precisamente tomar consciência de si próprio”.

Nem sempre conseguimos estar em HARMONIA com nós mesmos. Algumas vezes temos vergonha de assumir que temos problemas.

Mas será que podemos crescer podemos mudar para melhor, sem enfrentar nossos problemas e nossas crises pessoais?

Richard M. Nixon o 37° presidente dos Estados Unidos quando enfrentava uma grande crise ele relembrou a filosofia chinesa: "Quando escrita em chinês, a palavra crise é composta de dois caracteres. Um representa o perigo e o outro representa a oportunidade. Em uma crise, esteja consciente do perigo, mas identifique a oportunidade".

Para crescer precisamos reconhecer o valor positivo das CRISES. Mas o que é uma crise? CRISE é um estado de espírito que revela dificuldade da pessoa em lidar consigo mesma, com a família, com os colegas de trabalho ou estudo, com os vizinhos ou com a comunidade.       Na crise, geralmente, a pessoa se sente perdida, sem saber o que fazer. Sente-se incapaz de ver que direção deverá tomar diante da vida. O I Ching três em uma de suas lições nos ensina como enfrentar a crise com seguinte recomendação:  Assim como o caos tumultuado de uma tempestade traz uma chuva nutritiva que permite à vida florir, assim também nas coisas humanas tempos de progresso são precedidos por tempos de desordem.  O sucesso vem para aqueles que conseguem sobreviver à crise."

Muitas vezes ela é fruto da nossa correria do dia-a-dia, da falta de tempo e de disposição para o diálogo com nós mesmos e com os mais próximos. Essa falta de tempo para nós mesmos pode fazer com que simplesmente fiquemos vendo a vida passar, vivendo por viver. E no momento em que "acordamos" e começamos a nos perguntar sobre o porquê das coisas. A partir deste momento podemos dizer que entramos em CRISE.

A CRISE sinaliza um mal estar, uma insatisfação ou um sofrimento. Ela representa um risco para nossa saúde física e mental.

Por isso a primeira coisa em que pensamos quando falamos em CRISE é que ela é um momento ruim em nossas vidas. Mas ela também pode representar uma grande chance de crescimento e superação Se olharmos para o que aconteceu depois de uma crise, poderá ver que, na maioria das vezes, ela serviu para marcar uma mudança em nossa vida, para dar um impulso em nosso crescimento como pessoa.

A CRISE se torna uma oportunidade quando pode nos ajudar a superar e crescer. Por isso, não podemos ter medo das crises. Elas são os sinais que nos ajudam a perceber que algo não vai muito bem em nossas vidas. Jamais se desespere, pois das nuvens escuras cai água límpida e profunda!

A CRISE pode se tornar um perigo quando paralisa as pessoas, fazendo com que percam a confiança em si e nos outros. Quando isto acontece, elas se isolam e ninguém assume mais a responsabilidade por nada.

Muitas vezes não conseguimos encontrar uma saída para nossos problemas. Nesse caso, precisamos da ajuda das pessoas que amamos, de nossa família, dos vizinhos, da comunidade. Mas não podemos ter vergonha de pedir ajuda. Isso não é sinal de FRAQUEZA e sim de FRANQUEZA com nós mesmos. Assumir que temos problemas é o primeiro passo para o crescimento pessoal e para a superação do problema.

Temos que aprender a pedir ajuda, pois nosso corpo e nossa mente podem acabar sofrendo as consequências da ansiedade e da tensão vividas a todo o momento.  Conversar com alguém, chorar, rir, gritar bem alto. Tudo isso pode ajudar a liberar a tensão e fazer com que possamos encarar com menos amargura os problemas, na tentativa de tirar algo positivo da crise.
E para finalizar é bom lembrar o que disse Lou Holtz o famoso ex-treinador de futebol.  Ele conhecido por sua capacidade de gerar grande entusiasmo nos times que treinava.  "A adversidade é outra maneira de se medir a grandeza dos indivíduos. Eu nunca tive uma crise que não me tornasse mais forte."

POR QUE O TRABALHO?

 

O sentido do trabalho do homem é a satisfação do instinto de aventura que Deus lhe implantou no coração. PAUL TOURNIER

"HÁ PESSOAS", diz Paul Tournier, "que se preparam indefinidamente para a vida em vez de vivê-la." Em seu recente livro, A Aventura de Viver, este eminente médico e psiquiatra suíço faz um penetrante exame do "significado do trabalho". O encanto de ser amador, o que Tournier espera ser por toda a vida, reside no amor que entra nesse amadorismo.

É trabalho feito por amor e não com fito de lucro. O desencanto com o trabalho não é fenômeno novo. No começo do século XX, Arnold Bennett concluiu que na maioria dos casos, ”o homem não sente, precisamente, uma paixão por seus negócios; e na melhor das hipóteses ele não gosta deles”. Ele inicia sua atividade empresarial com alguma relutância, o mais tarde 'que possa, e a termina com alegria, o mais cedo possível. E sua máquina, enquanto ele está envolvido em seus negócios, raramente trabalha ao máximo de sua capacidade, segundo diz Bennett.

O Dr. Tournier acha que, em sua maioria, as pessoas não amam seu trabalho hoje em dia. Daí resulta um sério descontentamento com a vida, que pode gerar muitas enfermidades comuns. Os prazeres alheios ao trabalho, conquanto numerosos, raramente bastam para compensar o verdadeiro amor que o indivíduo dedica ao trabalho. "Ajudar um operário a descobrir uma nova atração em seu trabalho diário", diz o autor, "é ajudá-lo a desfrutar de uma vida mais plena e, amiúde, mais saudável."

Mas o problema da atitude do indivíduo para com o trabalho pode dar margem a uma abordagem mais direta. Bruce Larson encara de modo simples o problema: "Se você se sente miserável ou entediado em seu trabalho ou teme ir trabalhar então sua consciência está falando a você de duas uma: ou ela quer que você mude de trabalho, ou, mais provavelmente, ela quer mudar você”.

Os cientistas do comportamento estão fazendo sérias revisões nos conceitos tradicionais de organização, e tais revisões terão efeitos de longo prazo sobre os cargos que os homens ocupam. Mas, talvez, Tournier o diga melhor do que eles, ao sustentar que na organização do trabalho, a reforma profícua bem podia tomar como ponto de partida a noção de importância da pessoa. "Quando um operário acredita que é considerado meramente como uma ferramenta de produção, ele sente que se está transformando apenas em um objeto." Quando dizemos que o homem é sempre fim, nunca meio, queremos dizer que o homem, a pessoa, representa um valor, isto é, um ser apreciável e amável em si mesmo e por si mesmo.  Max Scheler faz a distinção entre fim e valor. Tudo isso é abstrato e teórico. O homem em concreto vive na família, na sociedade, na convivência com os outros. Quando é que o homem, em sua vida real e quotidiana, pode se considerar reconhecido ou tratado como fim, como valor absoluto?

Quando sente que se interessam por ele como pessoa, que demonstram interesse em sua vida pessoal, na aventura de sua vida, que aquilo que se espera dele não é simplesmente um  gesto mecânico mas uma compreensão pessoal de seu trabalho, sua inteligência, sua iniciativa e imaginação viva, bem como uma sensação de fazer parte de uma equipe empenhada numa aventura comum, então esse indivíduo toma consciência de si mesmo como pessoa, empenhada em uma aventura pessoal." Ao contrário disso, o homem nunca pode ser considerado como meio para outro fim. Ele é um valor absoluto, o que não significa que seja o valor último ou o Absoluto.

O autor prossegue e analisa o que podia acontecer se os dirigentes industriais buscassem seriamente partilhar com seus operários a visão global que eles têm da aventura em que se acham envolvidos. Em vez disso, geralmente ficam os trabalhadores com a mais lógica alternativa - um conceito de que o trabalho que eles realizam é uma necessidade econômica, um meio de ganhar a vida. Um operário individual, conquanto seja bem intencionado enquanto tenta fazer o melhor que pode em sua seção de trabalho, bem pode perder a convicção de que seu trabalho tem qualquer significação verdadeira. Sem o panorama geral e não  tendo um senso de direção num esforço unificado, o trabalho que ele realiza pode descambar para a rotina. 'De certo modo, os dirigentes não percebem o quanto o operário normal é capaz de compreender do panorama geral, e o quanto ele necessita saber para que tenha um sentido fundamental de contribuição e realização. "Se você começa a trabalhar em suas metas, suas metas  começam a trabalhar em você. Se você começa a trabalhar em seu projeto, seu projeto começa a trabalhar em você. Qualquer  que seja a coisa boa que construirmos, ela acaba  por nos construir." Diz   Jim Rohn.  

O Dr. Tournier vê com simpatia o jovem questionador  de nossos dias. Quando o jovem pergunta por que é necessário trabalhar, não é suficiente, diz o autor, responder: "Porque é seu dever." "Mais humanos do que seus pais", diz o Dr. Tournier, "são aqueles que hoje não se contentam mais em viver sem pensar, em fazer tudo tolamente como os demais, sem saber por quê."