sábado, 9 de fevereiro de 2013

OS MONSTROS DO CAPITALISMO SELVAGEM


                         OS MONSTROS DO CAPITALISMO SELVAGEM

 

                Nossos dias são marcados pela revolução tecnológica. Um processo que transformou profundamente a relação entre as pessoas. E transformou profundamente a relação entre as pessoas das lidas com a natureza. Os idosos entre nós, homens e mulheres, ainda conheceram tempos diferentes. A técnica era pouca, a comunicação era direta. Havia continentes inteiros com a natureza intacta. Um quadro que sugere harmonia assim como os relatos da criação em Gênesis. O trabalho, as atividades produtivas, tinham, principalmente, a função de preservar e reproduzir a vida.

                Este quadro mudou profundamente. Os últimos cem anos de nossa história registram transformações intensas e irreversíveis. As relações entre as pessoas são marcadas basicamente pela competição e pela concorrência. A natureza tornou-se absolutamente manipulável. Este processo tem uma motivação básica: a busca sempre mais intensa do lucro. As relações sociais são mediadas pelo lucro. O trabalho, a atividade produtiva, visa essencialmente o lucro. A preservação e a reprodução da vida são vistas sob a perspectiva do investimento e da rentabilidade. Pessoas e natureza foram transformadas em objetos, passíveis da exploração, visando o lucro.

                Este processo leva à concentração e à polarização. Por um lado há concentração de poder, de riquezas, de saber e de qualidade de vida nas mãos de pequenas elites nacionais e, num quadro mais amplo, em poucos países. Por outro lado nunca houve tanta fome e miséria. A ameaça de uma catástrofe ecológica nunca foi tão real como em nossos dias. O progresso movido pela sede do lucro tem a morte como resultado.

                A justiça engata numa lógica diferente. O trabalho tem a função de preservar e reproduzir a vida. As relações produtivas entre as pessoas são serviço ao próximo. Trabalho e relações de produção santificam porque preservam e reproduzem a vida e recuperam a dignidade dilacerada pela lógica da morte. Se hoje plantamos uma árvore, isto é mais que um ato simbólico. É expressão da nossa opção pela lógica da vida. Cremos na ressurreição. As vítimas da lógica da morte serão agentes da vida e de santificação.

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