OS MONSTROS DO
CAPITALISMO SELVAGEM
Nossos dias são marcados pela
revolução tecnológica. Um processo que transformou profundamente a relação
entre as pessoas. E transformou profundamente a relação entre as pessoas das
lidas com a natureza. Os idosos entre nós, homens e mulheres, ainda conheceram
tempos diferentes. A técnica era pouca, a comunicação era direta. Havia
continentes inteiros com a natureza intacta. Um quadro que sugere harmonia
assim como os relatos da criação em Gênesis. O trabalho, as atividades produtivas,
tinham, principalmente, a função de preservar e reproduzir a vida.
Este quadro mudou profundamente.
Os últimos cem anos de nossa história registram transformações intensas e
irreversíveis. As relações entre as pessoas são marcadas basicamente pela competição
e pela concorrência. A natureza tornou-se absolutamente manipulável. Este
processo tem uma motivação básica: a busca sempre mais intensa do lucro. As
relações sociais são mediadas pelo lucro. O trabalho, a atividade produtiva,
visa essencialmente o lucro. A preservação e a reprodução da vida são vistas
sob a perspectiva do investimento e da rentabilidade. Pessoas e natureza foram
transformadas em objetos, passíveis da exploração, visando o lucro.
Este processo leva à concentração e à polarização. Por
um lado há concentração de poder, de riquezas, de saber e de qualidade de
vida nas mãos de pequenas elites nacionais e, num quadro mais amplo, em poucos
países. Por outro lado nunca houve tanta fome e miséria. A ameaça de uma
catástrofe ecológica nunca foi tão real como em nossos dias. O progresso movido
pela sede do lucro tem a morte como resultado.
A justiça engata numa lógica
diferente. O trabalho tem a função de preservar e reproduzir a vida. As
relações produtivas entre as pessoas são serviço ao próximo. Trabalho e
relações de produção santificam porque preservam e reproduzem a vida e
recuperam a dignidade dilacerada pela lógica da morte. Se hoje plantamos uma
árvore, isto é mais que um ato simbólico. É expressão da nossa opção pela lógica da
vida. Cremos na ressurreição. As vítimas da lógica da morte serão agentes da
vida e de santificação.
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